A IA deixará os advogados sem trabalho ou os ajudará a prever e lidar com casos?
A Inteligência Artificial Pode Substituir Advogados na Previsão de Resultados de Litígios?
Uma das perguntas mais comuns feitas por clientes a seus advogados é: "Quais são as chances de ganhar o caso?". A resposta a essa questão é baseada em diversos fatores, como o conhecimento acumulado e a experiência do advogado em casos anteriores. No entanto, com o avanço da inteligência artificial (IA), surge a questão: será que a IA pode replicar a expertise dos advogados ao analisar litígios históricos e seus desfechos, aplicando-os em novos casos?
Já existem algumas ferramentas de IA que estão fazendo progressos nesse campo. Um exemplo é o Lex Machina, que afirma prever o comportamento de tribunais, juízes, advogados e partes envolvidas. O site da plataforma sugere que a base de dados utilizada é composta de registros de tribunais públicos, atualizados a cada 24 horas. Ferramentas de IA como essa têm o potencial de reduzir riscos em estratégias de litígio ao fornecer insights baseados em dados sobre a probabilidade de um caso ter sucesso no tribunal. Isso ajuda os clientes a decidir se devem iniciar ou defender um processo e se um acordo deve ser buscado.
Limitações Atuais das Ferramentas de IA
Apesar desses avanços, os modelos atuais de IA apresentam algumas limitações. Primeiramente, a IA generativa adota uma abordagem estatística na análise de dados históricos dos tribunais. Suas respostas são baseadas apenas no que aconteceu anteriormente, e previsões fundamentadas em dados disponíveis nem sempre fornecem a resposta mais precisa. Como então a IA poderia comentar com sucesso sobre uma questão jurídica completamente nova?
Além disso, as bases de dados por trás dessas ferramentas de IA são frequentemente limitadas. Dados públicos de tribunais não incluem informações sobre disputas que nunca chegam aos tribunais, nem contêm comentários sobre decisões controversas que estão sob escrutínio da comunidade jurídica ou do Parlamento. Outro ponto é que é difícil imaginar como uma base de dados de IA poderia captar a experiência de advogados ao lidar com juízes específicos – um fator frequentemente considerado na avaliação de riscos de litígios e na forma de apresentação de um caso para agradar a um determinado juiz.
Dessa forma, as bases de dados da IA não refletem o conhecimento abrangente acumulado por advogados ao longo dos anos, proveniente de diversas fontes e experiências.
O Futuro da IA no Direito
Essas limitações podem ser superadas no futuro. O desenvolvimento da IA ainda está em estágio inicial e, à medida que se torna mais sofisticada, com o potencial de acessar conjuntos de dados mais amplos além dos registros públicos dos tribunais, ela se tornará mais útil na previsão de resultados de casos e na tomada de decisões estratégicas. É possível que escritórios de advocacia criem suas próprias bases de informações, baseadas nas experiências de suas equipes de litígio, complementando os dados externos.
Em um futuro próximo, até mesmo o Judiciário pode começar a utilizar ferramentas preditivas de IA para auxiliar na tomada de decisões. É um campo em evolução e vale a pena ficar atento ao que está por vir.